RETROSPECTIVA | Março 2017


O mês de Março foi mais rico em acontecimentos do que os anteriores. Não que tenha sido extremamente preenchido, mas manteve-me mais activa e ocupada. Foi o mês do aniversário da Mãe, do Dia do Pai e da chegada da Primavera. Ainda que tenha estado um final de mês invernoso, tristonho e carregado de chuva, a maioria dos dias foi recheada de sol, a lembrar o verão e as tardes na esplanada. Alguns dos meus dias foram ocupados com entrevistas de preparação para o Estágio Profissional e testes psicotécnicos - o necessário para finalizar todo o processo burocrático e esperar mais alguns meses por uma resposta. Durante este mês quis também ocupar o meu tempo de forma mais proveitosa e, por isso, realizei um curso de formação que será útil para quando iniciar o estágio.

Em Abril conto tornar os meus dias mais preenchidos e produtivos. Para isso nada melhor do que planear os próximos 30 dias com antecedência e estabelecer alguns objectivos que pretendo concretizar.

| Planear (mais)
A organização, para mim, é a chave para conseguir concretizar as minhas tarefas diárias. Conto sempre com a ajuda de uma agenda semanal e de um calendário mensal, que me dão uma percepção visual do que tenho para fazer. Desde que esquematizo todos os meus planos, tenho a sensação de que não perco tanto tempo diariamente, o que torna o dia mais fácil e produtivo.

| Trabalhar
Não gosto de estar parada e, mais importante que tudo, não posso. Sinto-me a ficar para trás e desactualizada a cada dia que passa. Desta forma faz parte dos meus planos conseguir fazer um pequeno estágio de observação ou voluntariado, numa instituição, até que o meu Estágio Profissional seja aceite.

| Viajar
Abril será o mês da minha viagem ao Porto. Eu e três amigas reservámos o fim-de-semana prolongado da Páscoa para relembrar a cidade Invicta e estamos muito entusiasmadas! A viagem e a estadia já estão asseguradas, ficando apenas a faltar decidir os últimos pormenores do nosso itinerário, para conseguirmos visitar tudo o que estamos a planear.

| Relaxar
A ausência de respostas e a demora em retomar o meu quotidiano deixa-me, naturalmente, ansiosa e desanimada. Por este motivo e para o bem da minha saúde mental e física, tenho-me obrigado a relaxar através do exercício físico. As aulas de Pilates são, para mim, aquele momento do dia em que liberto todas as tensões acumuladas e consigo finalmente descontrair.

Também gostam de fazer planos com antecedência? Quais são as estratégias que utilizam para se manterem organizados?

Re-Watching Season Project (RWSP) | Março: Um Filme Favorito

O primeiro mês do projecto Re-Watching Season Project (RWSP) implicava rever e partilhar um filme favorito. E bem, não foi tarefa fácil, digo-vos já. Pensei muito na minha escolha e foi difícil optar apenas por um, uma vez que são vários os filmes que estão ao mesmo nível e que insiro na categoria dos meus favoritos. A escolha foi feita com base no meu gosto pessoal, obviamente, por isso não quer dizer que este seja o filme dos filmes e que todos deveriam vê-lo. Significa apenas que é dos que mais significa para mim e é daqueles filmes que posso ver inúmeras vezes. Revê-lo lembrou-me, mais uma vez, do porquê de ser uma das minhas escolhas quando falo em filmes favoritos.

PRIDE & PREJUDICE (2005) 


Pride and Prejudice - Orgulho e Preconceito em Português - é um filme baseado no romance histórico de Jane Austen, passado em Inglaterra no século XVIII. Conta a história de cinco irmãs de uma família humilde, mas com algumas posses - os Bennet. A família começa a fazer contas ao tempo, uma vez que, na eventualidade do pai falecer, os bens serão herdados por um primo afastado que ninguém conhece. Como tal, a felicidade e a segurança da família depende dos futuros casamentos de cada uma das filhas. A vida dos Bennet é calma e pacata até que o jovem rico Mr. Bingley chega à cidade, acompanhado pelo seu amigo, o orgulhoso Mr. Darcy, para passarem o verão. E é este momento que dita o desenrolar da história. 

Orgulho e Preconceito fala sobre amor, sim, e sobre a vida das cinco filhas dos Bennet que foram criadas pela mãe com um único propósito - casar. Enquanto a irmã mais velha se apaixona por Bingley, é Mr. Darcy que chama a atenção de Elizabeth, mas não pelos mesmos motivos. As duas personagens principais - Elizabeth Bennet (Keira Knightley) e Mr. Darcy (Matthew MacFadyen) - entram imediatamente em conflito. Ambos detentores de um carácter forte, defendem os seus ideais e recusam-se a obedecer a regras convencionais. O preconceito de Lizzy e o orgulho de Mr. Darcy tornam a interacção entre ambos difícil, provocadora e muito interessante, até que ambos se apercebem do sentimento que os une. A dificuldade reside em cada um ser capaz de aceitar o outro.


Para mim, um dos principais motivos para ver e rever o filme é a representação de Keira Knightley. Acho que os papeis históricos e sofridos lhe assentam na perfeição e ela fá-los brilhar de uma forma única. Lizzy transmite delicadeza, inteligência e confiança, é uma personagem cativante que se recusa a ser como a maioria das jovens da sua idade e não aceita casar só porque sim. É notório que a arrogância e austeridade de Mr. Darcy a incomodam, mas o jogo de palavras entre ambos é brilhante, tornando os seus diálogos o meu maior ponto de interesse.

Romances históricos de fazer aquecer o coração são os que elejo como meus favoritos e este tem lugar cativo no meu pódio já faz alguns anos. Não é rico em cenas românticas típicas. É ajustado ao tempo que retrata e, como tal, a contenção na demonstração de afectos é tida em conta. O romance está no olhar, no toque, mas essencialmente nas palavras. Essas fazem o trabalho e é esse pormenor que me faz considerar o filme tão mágico.

FUGAS || Convento dos Capuchos, Sintra

Numa das muitas tardes de fim de semana de Março, em que o tempo permitiu passeios ao ar livre, a fazer lembrar a Primavera, o destino foi de fácil escolha e levou-nos até ao Convento dos Capuchos, na Serra de Sintra. Era um passeio que não faziamos desde crianças e pareceu-nos o local ideal para revisitar em família. 

O Convento dos Capuchos é um convento franciscano, que foi mandado construir em 1560 por D. Álvaro de Castro e manteve-se habitado por frades franciscanos até 1834. É conhecido pela extrema pobreza da sua construção e pela utilização da cortiça para a protecção e decoração dos espaços - motivo pelo qual é também conhecido como o Convento da cortiça -.


Foi impressionante explorar o interior do convento e percorrer os mesmos corredores que em tempos foram habitados pelos frades franciscanos, até ao desaparecimento das ordens religiosas, em Portugal. Cada recanto do convento materializa os ideais da Ordem de São Francisco de Assis: o aperfeiçoamento espiritual através da renuncia aos prazeres associados à vida terrena. E é isso mesmo que o espaço transmite. Os corredores são estreitos, despojados de qualquer decoração e os dormitórios são minúsculos, com espaço para uma cama e pouco mais. Para entrar na maioria deles, temos de nos baixar à altura de uma criança e, uma vez lá dentro, a sensação é algo enclausurante. 


A reduzida dimensão do interior do convento, contrasta com o exterior da Floresta Relíquia que o rodeia. Os frades tiveram um papel fulcral na preservação deste espaço, que é hoje rico em vegetação natural e espécies muito variadas. Todo o espaço é bastante húmido e, como som de fundo, ouvimos a água escorrer pelas paredes. É uma construção em verdadeira comunhão com a natureza, humilde, intima e austera, impossível de dissociar da vegetação envolvente, o que torna esta visita uma experiência única.


FAMÍLIA | Dia do PAI e 5 coisas que aprendi com o meu

O Dia do Pai foi ontem e ainda que concorde completamente que devemos celebrá-lo e valorizar os nossos pais todos os dias e não apenas uma vez por ano, sou a favor destes dias especiais. Gosto de aproveitar para passar ainda mais tempo em família e valorizar todos os momentos que passamos juntos. Por norma gostamos de sair de casa e passear de mochila às costas e foi isso que fizemos ontem. E porque um dia especial merece uma publicação especial, decidi partilhar convosco cinco valiosas aprendizagens que fiz com o meu PAI, em jeito de dedicatória.


| A cair e a levantar 
Literal e figurativamente, aprendi com o meu pai que as quedas fazem parte do processo de crescimento. O meu pai sempre quis que, tanto eu como a minha irmã, aprendêssemos por nós próprias e experimentássemos o mais possível. Por isso, desde tenra idade, sempre que caíamos ele incentivava para que nos levantássemos sozinhas, ao invés de correr na nossa direcção e fazê-lo, sem nos deixar tentar. Essa forma de nos ensinar teve impacto nos momentos menos felizes, ao longo do nosso crescimento. Depois de cada percalço, o Pai esteve lá SEMPRE para nos limpar as feridas e as lágrimas, mas o primeiro passo sempre foi nosso. 

| A manter-me humilde 
Qualquer que seja o nosso percurso e o destino onde esse percurso nos leve, não devemos nunca esquecer as nossas origens e devemos tratar sempre os outros de igual forma, independentemente da sua posição social. Esta é das aprendizagens que fiz com o meu pai, que mais valorizo.

| A rir de mim mesma
Com o meu pai aprendi que o humor e as gargalhadas fazem milagres e têm poderes restauradores, mesmo nas situações menos fáceis. Percebi com ele que o melhor remédio para a vergonha e para as situações embaraçosas é rir-me disso mesmo. Confesso que ainda não adquiri esta competência a 100%, mas é, de facto, o melhor remédio. 

| A interessar-me pela origem das coisas
Se há coisa que admiro no meu pai é a capacidade para assimilar conhecimentos. Costumo dizer que é uma enciclopédia com pernas pois, qualquer assunto que eu desconheça ou me suscite dúvidas, sei que o meu pai terá uma explicação detalhada sobre o mesmo. Adoro ouvi-lo dar-me verdadeiras lições de história ou mesmo da vida. 

| Que os melhores momentos são aqueles que partilhamos com a família e os amigos
Sempre valorizei muito as minhas pessoas e o tempo que passo com elas e dou graças aos meus pais por isso. Não somos uma família grande com inúmeros amigos, mas somos muito unidos e gostamos de nos juntar sem nenhuma razão especial, apenas porque sim. Aprendi com o meu pai a importância de cultivar as boas amizades e de as alimentar com carinho e dedicação.

A ti, Papá, agradeço por seres tão especial, por me ensinares tanto, todos os dias e por me dares a liberdade de fazer as minhas próprias escolhas.

A fotografia é da minha autoria. Agradeço que não a utilizem sem autorização prévia.  

DESAFIO || 23 anos e eu já...

À semelhança do desafio "23 anos e eu nunca..." que repliquei aqui no blogue, depois de me inspirar na publicação da Lyne, decidi compor uma versão adicional. Desta vez partilho convosco algumas das experiências curiosas que já vivi. Então, com vinte e três anos eu já:


| Andei de Montanha Russa
Foi no ano 2000, na minha primeira ida à Disneyland Paris. Tinha 7 anos e pedi  aos meus pais para me deixarem andar na Montanha Russa do Indiana Jones. Lembro-me de todo o entusiasmo que senti antes de me sentar, mas de passar grande parte da viagem de olhos fechados, agarrada à minha prima e de sair de lá a chorar. Acho que não tinha noção de que a Montanha Russa implicava uma viagem a grande velocidade, com abruptas subidas e descidas. Na minha mente de criança devia tratar-se de um alegre passeio sem solavancos! 

| Fui operada
Tinha 5 anos e uma hérnia inguinal. Bastante comum naquela idade, nada de grave, mas que necessitava de uma intervenção cirúrgica. Lembro-me de quase tudo desse dia, inclusive do momento em que me pediram para contar até 10 antes de adormecer. 

| Vi a Amy Winehouse
Foi em 2010 e não paguei para a ver. Visitava Camden Town em Londres, durante uma viajem com a turma do secundário, quando um dos meus amigos nos surpreendeu dizendo que a Amy Winehouse tinha chocado contra ele (qual a probabilidade?!). É óbvio que o mandamos dar uma curva, mas ele tanto insistiu que decidimos dar-lhe o beneficio da dúvida. Corremos alguns metros e fomos encontrá-la a entrar para um restaurante. Não tenho autógrafos, nem fotografias, apenas a memória de a ver por uns segundos. 

| Dancei e cantei em publico
Calma. Não pensem que ando pela rua a dançar e a cantar, qual Mia e Sebastian. Nada disso. A explicação é fácil. Na escola primária fazia parte do clube de dança e também de música. Em determinadas alturas do ano fazíamos actuações nos espectáculos da escola e chegamos a vencer um torneio interescolar. Era uma enorme felicidade e orgulho poder mostrar o que tinha demorado tanto tempo a ser ensaiado. Tinha imensa vergonha, mas adorava os aplausos no final e o sorriso babado dos meus pais e avós. 

| Usei aparelho
Não foi há tanto tempo assim. Dos 19 aos 21 anos  tive um sorriso metálico, para corrigir a minha mordida cruzada. Se antes achava que não precisava corrigir qualquer aspecto da minha dentição, agora percebo o porquê, quando vejo as fotografias do antes e do depois. 

BLOGGING || 6 espaços online que adoro

Agora que estou mais presente e activa no blogue, tenho intenção de partilhar convosco dicas e truques que considero úteis para uma experiência mais rica na blogosfera. Tal como gosto de saber por vocês como posso melhorar as minhas publicações e leituras diárias, hoje partilho convosco a minha lista de locais online que mais gosto de ler e utilizar.


Não sei quanto a vocês, mas quando comecei esta aventura na blogosfera ilustrava as minhas publicações com qualquer imagem bonita que encontrava, muitas vezes sem grande qualidade e sem pensar nos pedidos de autorização para as utilizar. Aos poucos fui-me tornando mais consciente desses aspectos e exigente com a qualidade das imagens, bem como com as fontes de onde as retirava. Uma vez que não quero pagar para ter imagens bonitas e de qualidade no meu blogue, comecei a procurar alternativas e foi então que descobri o Pixabay e o Unplash - dois websites que são verdadeiros arquivos de fotografias para download gratuito. Lá encontram as imagens mais variadas e de óptima qualidade. A melhor parte é que não têm de pagar por isso, nem têm de se preocupar com os direitos de autor, pois estão disponíveis para qualquer pessoa as poder utilizar livremente. Sirvam-se!

As maravilhas que este site já me permitiu fazer! Desde o tratamento de fotografias, à criação de molduras e colagens ou mesmo a versões alternativas de CVs, o site permite uma multiplicidade de criações e está munido de opções para darmos largas à imaginação. A generalidade do site é de utilização gratuita - basta que para isso nos registemos -, tirando alguns conteúdos que têm um preço simbólico para a sua utilização. 

Os blogues sobre viagens e blogging são um must do meu feed. Adoro poder ler opiniões e experiências de quem viaja para os mais diversos locais do globo e aprender mais sobre como melhorar as minhas publicações na blogosfera. A Helene junta estas duas coisas num único blogue e é inspiradora. Mudou-se do Texas para a Alemanha com o marido e os dois cães para poder seguir a sua paixão - viajar pelo mundo. No Helene in Between partilha as suas estratégias para ter um blogue de sucesso e mostra-nos como gere a sua vida e as viagens que faz. É o local online onde bebo muita da inspiração que vos trago em formato de publicações e é um espaço de leitura quase diária, que não dispenso. 

| Little Tiny Pieces of Me
O blogue da Sara Cabido é um espaço amoroso, cheio de luz, vida e ideias para fugirmos à rotina. Seja com recomendações de espaços onde fazer refeições, ideias para escapadelas ou sugestões para dias ou eventos especiais, no Little Tiny Pieces of Me podemos encontrar inspiração para os nossos dias ganharem outro encanto. 

A Inês dispensa apresentações. É uma das minhas pessoas favoritas na blogosfera e merece todo o reconhecimento que lhe possa ser dedicado. Sempre com publicações pertinentes, cuidadas, muito bem escritas e com o seu toque pessoal em todas elas. Gosto de me inspirar na sua escrita e nas fotografias que partilha de locais que visita. 

DESAFIO || 23 anos e eu nunca...


Assim que li o título desta publicação em alguns blogues quis imediatamente replicar este desafio no meu. A ideia é original da Lyne e é uma excelente forma de partilharmos um pouco mais sobre nós, neste caso sobre coisas que nunca fizemos. A Lyne deu o mote para esta publicação e eu partilho convosco quatro coisas que ainda não fiz e que gostaria de fazer. 

Pois, com vinte e três anos eu nunca:

| Viajei sozinha
Se há experiência que quero ter é a de conhecer uma cidade por conta própria. Ter uma experiência completamente minha -comprar a viagem, reservar estadia, planear o itinerário ou ir simplesmente à aventura. Acho que é uma excelente oportunidade para aproveitarmos o nosso tempo e nos desafirmos a ser livres e responsáveis apenas por nós próprios. 

| Fiz um Interrail
Tenho uma enorme vontade de fazer um interrail, com um grupo de amigos de preferência. Adorava percorrer a famosa Route 66 - que nos leva a conhecer os EUA de costa a costa -, viajar n'O Grande Transsiberiano, entre Moscovo e Pequim e fazer uma passagem por todas as capitais europeias. Até agora só a questão monetária é que dificultou o check neste objectivo, porque os planos são mais que muitos!

| Fui ao Algarve
Esta é só parcialmente verdadeira. Fui transportada até ao Algarve quando ainda era um feto dentro da barriga da minha mãe. Tirando isso, nunca o solo algarvio sentiu a minha presença. Por norma passo as férias no interior Norte e Centro do país, longe da confusão das atracções turísticas. No entanto faz parte dos meus planos fazer umas férias no Algarve. 

| Doei sangue 
Este é um dos meus maiores objectivos desde sempre. Se o podemos fazer para ajudar os outros, porque não? Podemos doar sangue várias vezes, sem malefícios para a nossa saúde. Basta que sejamos e tenhamos hábitos de vida saudáveis, a idade certa e o peso igual ou superior a 50kg. Cumpro os dois primeiros requisitos, no entanto na balança não alcanço os valores mínimos necessários. Contudo, é um objectivo que certamente cumprirei, pois não terei sempre o mesmo peso. 

ACTUALIDADE || Dia Internacional da Mulher


O Dia Internacional da Mulher é celebrado neste dia 8 de Março desde final do século XIX e início do século XX. A ideia surgiu originalmente nos Estados Unidos e na Europa com o intuito de lembrar a luta feminina e as conquistas - a nível politico e social -, reivindicando melhores condições de vida, trabalho e o direito ao voto. A luta pela igualdade de género estendeu-se ao longo de muitas décadas, tendo ressurgido com maior expressão nos últimos anos. 

Hoje, 2017, mais de 100 anos após a primeira manifestação, ainda existe a necessidade de lembrar a igualdade - a igualdade de direitos sociais, a igualdade de direitos políticos, a igualdade salarial, a igualdade de oportunidades e o fim do preconceito. Esta data serve para lembrar a luta, mas acima de tudo as diferenças que ainda persistem, mais de um século depois. 

Hoje a luta ainda continua mas, mais do que nunca, a mudança está a acontecer. Sou optimista e acredito que estamos em maré de mudanças. Ouvem-se mais vozes, são feitas mais campanhas, as mensagens são mais fortes e chegam mais longe. Mas é preciso que a mudança seja universal e para isso não devemos deixar que se trate de uma luta individual, pois as dificuldades de afirmação e a luta  pelos mesmos direitos e pelo fim ao preconceito é de todas nós.

FAMÍLIA || O Campismo como tradição


Grande parte das minhas memórias de infância e férias em família envolvem campismo. Desde cedo que me lembro dos fins de semana passados em Alcácer do Sal, dos Verões na Nazaré e dos dias em Pedrogão Grande. O primeiro destino de mochila às costas foi o Gerês. Era inverno, eu e a minha irmã pequenas e apesar de ter chovido na maioria das noites, é indescritível o entusiasmo sentido durante os dias passados no Parque Nacional da Peneda-Gerês. Foi a nossa estreia a montar e dormir numa tenda, a saber gerir e funcionar num espaço pequeno para quatro pessoas, a cozinhar num pequeno fogão a gás e a desbravar caminhos até então desconhecidos. Daí retiramos memórias impagáveis de experiências vividas pela primeira vez. Chegamos a casa com vontade de regressar de imediato e desde então não dispensamos o campismo durante as férias. Privilegiamos o contacto com a natureza e, por norma, exploramos os destinos menos turísticos de Portugal. De Norte a Sul do país, no litoral, centro ou interior, é incrível a beleza que nos circunda. Esta aventura começou há mais de dez anos e são incontáveis as memórias feitas e os locais incríveis que já conhecemos, sempre procurando assinalar mais uma marca no mapa. 

FACULDADE || O meu Estágio Curricular

No Verão de 2015 a expectativa para saber qual o local onde ia realizar o Estágio Curricular era enorme! Tanta que não parava de falar no assunto. Em Setembro soube que tinha sido aceite para estagiar num hospital da Grande Lisboa. A minha primeira reacção: SIM! foi seguida por emoções mistas, cuja principal foi: M-E-D-O! E agora?! É real. Vou sair da sala de aula e vou aprender de verdade, no mundo real, com pessoas e problemas a sério! Não é brincadeira. Serei capaz? Será que vou gostar? Será que vão gostar de mim? Mil-e-uma questões formuladas. A ansiedade era muita, mas a vontade de partir para uma nova aventura era superior e ansiava por esse passo. Hoje sei que não poderia ter feito melhor escolha!

Fui estagiar para o Gabinete de Neuropsicologia. Um gabinete pequeno para tantas pessoas, inserido no Serviço de Medicina Física e Reabilitação, que foi a minha casa durante 10 meses. O primeiro dia começou algo atribulado. Calculei mal os horários dos transportes, cheguei alguns minutos atrasada e fiz disso um pequeno drama (típico Inês!). Ninguém quer chegar atrasado no primeiro dia. É a primeira impressão e não queria que a minha fosse manchada por um atraso. No entanto, apesar do meu notório stress matinal e das mil desculpas que pedi, a situação foi completamente desvalorizada e deixaram-me descontrair antes de iniciar o meu dia (Ufa!). Conheci o Gabinete, o Serviço e as especialidades que o constituem e foi-me imediatamente entregue uma bata branca e um crachá de identificação, onde se podia ler Estagiária por baixo do meu nome. 

A primeira semana foi uma espécie de dessensibilização ao choque, pois assisti a muita coisa, conheci na prática diversas patologias, tal como vem escrito nos manuais e não só. Durante os três primeiros meses fiz observação de consultas e ensaios clínicos, estudei provas, instrumentos de avaliação e aprendi a aplicá-los. A partir de Janeiro de 2016 foi o momento de passar à prática. Passei a ser eu a estar em frente ao utente e a fazer as avaliações em contexto de ambulatório e internamento. Aprendi a fazer uma entrevista clínica, a colocar as questões acertadas, a aplicar os instrumentos de avaliação, a transmitir o feedback à família, a preparar o relatório de avaliação. Nos meses seguintes percebi como fazer as perguntas certas nos momentos certos, a ler nas entrelinhas e a perceber sintomatologias. Lidei com pessoas adequadas, bem-dispostas, contagiantes, impacientes, pouco flexíveis, agressivas, eufóricas, depressivas, apáticas. Fui colocada em situações de stress com as quais tinha de saber lidar no momento. Vi um pouco de tudo e fiz mais do que esperava. Foi a experiência mais rica e desafiante que vivi até hoje. Permitiu-me crescer de formas que não imaginava e aprender mais do que em 4 anos de faculdade.

Em Fevereiro de 2016 fui convidada pela minha orientadora a complementar o estágio com um projecto de acompanhamento psicológico a crianças em idade escolar e pré-escolar com perturbações do neurodesenvolvimento. Foi para mim um orgulho enorme receber este convite e saber que o trabalho que desenvolvia era reconhecido ao ponto de merecer a confiança de intervir junto de uma população com necessidades especiais. Foi das experiências mais entusiasmantes e felizes que tive. Posso dizer que entrava e saía das escolas de sorriso no rosto e só isso deitava por terra qualquer frustração que pudesse sentir.

Os meus dias passaram a estar ocupados até perto da hora de jantar, pois saía do hospital e rumava às escolas para mais algumas horas de acompanhamento. Foram tempos cansativos, mas o facto de poder ver tantos sorrisos satisfeitos e de acompanhar as pequenas evoluções e conquistas de sessão para sessão, fez todo o esforço valer a pena!

Hoje sinto-me muito orgulhosa do que consegui conquistar. Sei que desenvolvi um bom trabalho e mantive-me fiel às minhas crenças e convicções. Trabalhei 10 meses naquilo que queria, conheci pessoas fantásticas e fiz mais do que algum dia pensei ser capaz. Desafiei-me a fazer mais e melhor e consegui!


RETROSPECTIVA | Fevereiro 2017

Fevereiro passou num abrir e fechar de olhos. Se Janeiro trouxe muitas novidades relativamente ao meu Estágio Profissional, o mês mais curto do ano foi dedicado a tratar das burocracias necessárias ao início do processo. Recebi vários telefonemas explicativos dos procedimentos a seguir e já tenho marcada uma entrevista na entidade que me vai acolher (É já no final desta semana!). Sinto que finalmente as coisas estão a avançar e a seguir o seu rumo. Em Fevereiro fui a mais uma entrevista de emprego e assisti a um desfile de Carnaval. Reservei dias para os passeios em família e o reencontro com amigos. Eternizei memórias com fotografias e descobri novos recantos. Foi um mês positivo em experiências, pessoas e lugares, como eu gosto. Olá Março!