| Because time won't give me time



Nos últimos dias dei por mim a reflectir sobre a brevidade e fugacidade das coisas e do medo que tenho da rapidez com que passam. Um dos meus maiores receios é o de não aproveitar tudo aquilo que tenho ao meu dispor enquanto o posso - e devo! - fazer. Tenho receio que tudo o que me é importante não dure o tempo suficiente que preciso que dure, para que possa desfrutar e, simultaneamente, habituar-me à sua ausência. 

Tragédias como as que têm manchado as páginas da história do país e do mundo, levam-me a pensar que podemos e devemos passar por cima dos pequenos contratempos diários com que somos confrontados, de situações insignificantes que, olhando ao nosso redor, não se comparam com os verdadeiros obstáculos que outros enfrentam. Fazem-me reflectir que não devo lamentar as pequenas coisas e canalizar a minha energia para o lado negativo dos acontecimentos. Para quê desesperar no trânsito da cidade ou nas filas do supermercado, ter pouca tolerância com pessoas lentas e rogar pragas às pedras da calçada por um salto arruinado? Não digo que não o façamos de todo, mas pelo menos que não lhes atribuamos uma importância desadequada. Quantas destas, e de outras, situações diárias representarão obstáculos reais e quantas delas serão obstáculos criados por nós? São estes pequenos acontecimentos diários que nos distraem do que é verdadeiramente importante e significativo. 

Cada vez tenho mais a consciência e a certeza de que não faz sentido lamentar estes pequenos grãos de areia no nosso caminho. Não faz sentido não viver plenamente, não procurar fazer aquilo que nos dá prazer, com as pessoas que nos são mais importantes. Não faz sentido guardar rancores e alimentar ódios, quando podemos direccionar a nossa energia para as coisas positivas. Acima de tudo, não gosto de ter de ser necessário ser confrontada com uma situação difícil, para reflectir sobre tudo isto e sobre a forma como tenho encarado as minhas pequenas provações diárias.

REFLEXÕES | Saudade


Às vezes penso que tenho saudades tuas e cedo à nostalgia. Tenho saudades da tua mão na minha, do teu abraço, da tua voz... De tudo. Mas depois de pensar um pouco percebo que não és tu, em concreto, o motivo da minha saudade. A verdade é que tenho saudades da pessoa que era quando estava contigo e de como me fazias sentir. Fazias-me sentir segura e única. Não me encontravas defeitos e valorizavas cada pedaço meu. Sentia-me especial contigo. Por isso, talvez, talvez tenha saudades tuas, mas acho que tenho mais saudades de nós. 

REFLEXÕES | A moda da vida saudável


Vejo cada vez mais pessoas a aderir à moda das corridas e do exercício físico em geral. Saem para correr e partilham as suas conquistas no Facebook. Chegam do ginásio e publicam uma fotografia dos resultados no Instagram. Todas as refeições são descritas ao detalhe nas redes sociais e quanto mais coloridas forem, melhor. Está na moda comer bem e praticar exercício. Está na moda ser saudável e ter um estílo de vida activo. Volta e meia surgem novas modas e esta é uma excelente moda. Que todas fossem como esta! Se contribui para sairmos mais à rua e fazermos mais caminhadas ou corridas, óptimo! Se serve para termos a determinação de trocar o hambúrguer pela salada e se resulta em tornármo-nos mais saudáveis e colocarmos de parte o sedentarismo, então que sejamos todos iguais e que sigamos todos esta moda.

Humor a condizer com o tempo

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A chuva hoje está de volta para condizer com o meu dia, que será bem cinzento. Não começo o semestre da melhor forma e fiquei mais desanimada que nunca. Só mesmo um almoço de amigas para afastar estas nuvens cinzentas, ainda que só por umas horas...

REFLEXÕES | As amizades


Com o passar dos anos há amizades que se vão solidificando e outras nem por isso. É com o passar do tempo que temos a certeza de que um amigo é verdadeiramente um amigo e não um alguém passageiro, que só serve para nos ensinar o que não é a amizade. Hoje, com 21 anos, sei que não preciso de estar, nem falar todos os dias com determinadas pessoas, para saber que estarão sempre lá para quando precisar, e vice-versa. A solidez atinge-se quando se passam semanas após uma última conversa e é como se tivessem passado apenas dias. Tudo permanece igual, sem estranheza. Apenas compreensão, palavras sinceras e ombros amigos. Há gargalhadas e conselhos e o desejo de que o próximo encontro seja para mais breve. Tenho sorte nas amizades que tenho. São poucas, mas sólidas e valem, sem dúvida, por muitas. 


Não quero tornar-me numa pessoa amargurada e insatisfeita com a vida. Não quero chegar a metade da minha vida e reparar que não fiz nada que me orgulhasse. Quero poder olhar para trás e sorrir com o percurso que fiz. Quero pensar que aproveitei bem tudo o que tinha para aproveitar, na altura certa. Não quero desperdiçar tempo com rancores, pensamentos ruminantes e preocupações que não levam a lado nenhum. Quero viver de forma descontraída, sem ressentimentos. Quero ser feliz.