VIDA PROFISSIONAL | Quando as respostas não chegam...
novembro 19, 2017
Quando
no mês de Julho do ano passado terminei o mestrado em
Neuropsicologia Aplicada, nada fazia prever que, ao fim de um
ano, ainda estaria a aguardar uma resposta positiva que me permitisse
iniciar o estágio profissional para a Ordem dos Psicólogos, a fim
de dar início à minha vida profissional. Nada.
O
dia trinta e um de Julho de dois mil e dezasseis foi o meu último enquanto
estagiária do Gabinete de Neuropsicologia do Hospital e foi um dia
de emoções variadas. Foi o dia das últimas vezes enquanto
estagiária – a última vez a entrar no gabinete, a última vez a
sair do gabinete, a última vez a vestir a bata três tamanhos acima
(verdade, era um vestido), a última vez que chamei os utentes
pelo intercomunicador, que dei os últimos apertos de mão, a
última vez que tomei café no bar do Hospital e que almocei com a
Rita, às duas horas da tarde, a última vez que redigi um relatório
e dei uma avaliação por terminada, que fiquei horas no arquivo à
procura de um processo, a última vez que subi até aos
internamentos e conheci histórias de vida diferentes, a última vez
que percorri os corredores quentes do hospital e que me perdi de
cada vez que tinha de ir a um sitio diferente. Foram as últimas
vezes como estagiária curricular que permitiram muitas primeiras.
Estes
dez meses marcaram a primeira vez que senti que o meu trabalho fazia
a diferença, a primeira vez que me senti útil e valorizada na minha
área, a primeira vez que recebi elogios sinceros ao meu esforço e
dedicação, a primeira vez que acreditaram que conseguia superar-me
e que me fizeram acreditar que era capaz. Despedi-me
de tudo com um brilho nos olhos, sabendo que iria sair de lá uma
Inês diferente, com mais saber, experiência e mais bagagem de
vida... de vidas.
Um
ano depois continuo à espera e aprendi novos sentidos da palavra
resiliência. Já chorei muito e já recuperei a força e a motivação
muitas mais vezes. Acredito que a minha oportunidade está a chegar em breve e não posso, nem quero, baixar os braços e deixar de tentar. Não tem sido um processo fácil - viver em constante expectativa e ansiedade por algo que tarda em chegar e, pior ainda, sem qualquer feedback ou previsão, tem-me deixado cansada e desmotivada. Fica tudo em suspenso...
No entanto esta minha espera não é, nem nunca foi, feita de braços cruzados. Fui a várias entrevistas, fiz inúmeros contactos e pedidos e desloquei-me a algumas instituições, apresentando uma proposta de estágio. Mas tendo em conta as exigências da Ordem a que pertencerei, nem todas - ou quase nenhumas - as instituições têm disponibilidade e/ou condições para as cumprir, tornando esta etapa completamente desesperante e quase impossível de cumprir. Felizmente tive a receptividade de um centro de reabilitação, na área da Paralisia Cerebral, onde estou, há cerca de seis meses, a realizar um estágio de observação, enquanto aguardo pela aprovação do estágio profissional. Foi-me concedida esta oportunidade, que agarrei de imediato e, desde então, a minha esperança tem vindo a crescer.
Durante este tempo tenho procurado enriquecer os meus conhecimentos e o meu currículo e, no espaço de um ano realizei dois cursos de formação avançada. No meio de tudo isto, tenho tido sorte - sim -, porque não estou parada. Acho que o pior de tudo é mesmo a ausência de actividade e a sensação de nos entregarmos à frustração quando parece que estamos a remar no sentido oposto à corrente. É importante que nos mantenhamos activos e ocupados, evitando assim os pensamentos negativos de ineficácia e desvalorização, que tanto teimam em aparecer quando estamos mais em baixo.
Quero com isto dizer que, apesar de nem todos os caminhos serem fáceis - alguns com mais solavancos e desvios, do que outros -, importa que não desistamos, nem deixemos de fazer esse caminho quando as coisas se complicam. Claro que é importante perceber se determinado esforço vale a pena, em prol de determinado desfecho, mas quando percebemos que sim, então que avancemos com toda a força e motivação, pois no final o resultado será muito mais prazeroso.
No entanto esta minha espera não é, nem nunca foi, feita de braços cruzados. Fui a várias entrevistas, fiz inúmeros contactos e pedidos e desloquei-me a algumas instituições, apresentando uma proposta de estágio. Mas tendo em conta as exigências da Ordem a que pertencerei, nem todas - ou quase nenhumas - as instituições têm disponibilidade e/ou condições para as cumprir, tornando esta etapa completamente desesperante e quase impossível de cumprir. Felizmente tive a receptividade de um centro de reabilitação, na área da Paralisia Cerebral, onde estou, há cerca de seis meses, a realizar um estágio de observação, enquanto aguardo pela aprovação do estágio profissional. Foi-me concedida esta oportunidade, que agarrei de imediato e, desde então, a minha esperança tem vindo a crescer.
Durante este tempo tenho procurado enriquecer os meus conhecimentos e o meu currículo e, no espaço de um ano realizei dois cursos de formação avançada. No meio de tudo isto, tenho tido sorte - sim -, porque não estou parada. Acho que o pior de tudo é mesmo a ausência de actividade e a sensação de nos entregarmos à frustração quando parece que estamos a remar no sentido oposto à corrente. É importante que nos mantenhamos activos e ocupados, evitando assim os pensamentos negativos de ineficácia e desvalorização, que tanto teimam em aparecer quando estamos mais em baixo.
Quero com isto dizer que, apesar de nem todos os caminhos serem fáceis - alguns com mais solavancos e desvios, do que outros -, importa que não desistamos, nem deixemos de fazer esse caminho quando as coisas se complicam. Claro que é importante perceber se determinado esforço vale a pena, em prol de determinado desfecho, mas quando percebemos que sim, então que avancemos com toda a força e motivação, pois no final o resultado será muito mais prazeroso.
7 Comentários
Desejo-te muita força, porque bem sei que essa espera pode ser bastante desmotivadora... Boa sorte, o teu dia há-de chegar! E tenho a certeza de que vais ser (e que já és) uma excelente profissional :) O facto de não parares e de não baixares os braços mostra isso.
ResponderEliminarMuito obrigada. Um grande beijinho :)
EliminarMuita força, muita persistência e o teu dia há-de chegar, de certeza! Um grande beijinho,
ResponderEliminarhttps://sunflowers-in-the-wind.blogspot.pt/
Muita força nesta hora porque sei bem como é esperar por uma resposta que tende em não chegar. Força e fé! Beijinho *
ResponderEliminarEspero que consigas encontrar o estágio num futuro breve! É essa atitude positiva que admiro: não te entregaste à frustração, como indicas, e continuas a tentar enriquecer-te enquanto profissional. Desejo-te a maior sorte do mundo!
ResponderEliminarBeijinhos :)
Doce Inês, lamento que estejas a passar por esta espera imensa e um quanto dolorosa, mas admiro-te por não desistires e lutares ainda mais pela teu enriquecimento a nível profissional e futuro. Neurologia Aplicada deve ser uma área fascinante e tenho a certeza que, assim que começares a trabalhar ou a estagiar profissionalmente, vais ser incrível e super bem sucedida.
ResponderEliminarBeijo enorme e muita força para este período <3
Querida Joaninha, muito obrigada pelas palavras de força. Um beijo enorme :)
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