FUGAS | O regresso a Alcobaça

julho 10, 2017


Alcobaça voltou a receber-nos com todo o encanto, uma mão cheia de anos depois da nossa primeira visita. Foi uma passagem rápida pela região, numa tarde soalheira e de muito calor que não convidava a longos passeios. A esplanada da Pastelaria Alcôa, que é paragem obrigatória na visita à cidade, esperáva-nos debaixo de uma sombra convidativa. Um refresco e uma cornucópia, com vista para o Mosteiro foi a combinação perfeita para aquela tarde quente, depois de alguns quilómetros de viagem.

A Pastelaria Alcôa existe desde 1957 e dedica-se à doçaria conventual, actividade que lhes confere o título de Mestres. Quem entra na Pastelaria Alcôa não sai o mesmo. Pelo menos não de mãos vazias. É difícil não nos perdermos pela montra imensa. Desde Castanhas de Ovos, Encharcadas, Rabanadas, Fradinhos, Ovos do Paraíso ou Nozes Caramelizadas, as iguarias são a perder de vista - e a cabeça - para amantes de doce de ovos.


De alma mais doce, seguimos até ao Mosteiro de Alcobaça para um visita livre, ainda a recordar a última que fizemos. Se há coisa que gosto de fazer nos meus passeios a novas cidades e vilas, é visitar todos os castelos e mosteiros da região. São lugares repletos de história, a sua maioria de arquitectura deslumbrante, mesmo os que estão em ruínas. Cravado em cada pedra, passadiço, parede, pilar, cúpula, existe uma história e eu gosto de a descobrir ou recordar.



É o caso do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça que é a "casa" dos túmulos de D. Pedro e D. Inês de Castro, os protagonistas da mais bonita e trágica história de amor da História de Portugal. A construção do Mosteiro remonta a 1153 e foi considerado como o primeiro ensaio da arquitectura gótica em Portugal.

De saída do Mosteiro, a curta caminhada levou-nos até ao Jardim do Amor, que desconhecíamos. Não sendo nada de deslumbrante, o jardim evoca a paixão imortal de Pedro e Inês e dá-nos a conhecer a lenda de Alcobaça, uma história de amor entre Alcôa e Baça que, curiosamente, denominam os dois rios da região que confluem neste local.

A lenda fala de um casal de apaixonados que habitava na região. Eram ambos muito pobres, mas estavam noivos e iam casar brevemente. O rapaz tinha o defeito de ser muito ganancioso e de querer ser muito rico. Pela região passou um homem à procura de pessoas para trabalhar. Depois de conhecer o rapaz, aliciou-o, dizendo que poderia ser muito rico se deixasse aquele local. Como era muito ganancioso, o rapaz abandonou a noiva e a sua terra partindo em busca de mais dinheiro. A rapariga sentindo-se abandonada teve um desgosto tão grande que chorou até as suas lágrimas formarem um rio. Tempos mais tarde o rapaz arrependido voltou à região e a chorar pediu que a rapariga o aceitasse de volta. A rapariga, como o amava muito, assim fez. Conta a lenda que das lágrimas derramadas pelos dois jovens nasceram os dois rios da região - Alcôa e Baça.


O Jardim do Amor é um espaço de lazer, situado nos jardins da biblioteca municipal, onde somos convidados a celebrar o amor. Aqui é possível preparar uma surpresa para alguém especial, escrevendo uma mensagem num pedaço de papiro e guardando-a num dos 700 Cofres do Amor que se encontram embutidos nas paredes do Jardim. Desconhecia este recanto romântico, que fez com que me apaixonasse ainda mais pela cidade.

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6 Comentários

  1. Já fui aí quando era criança. Adorava voltar :).
    Beijinhos,
    Cherry
    Blog: Life of Cherry

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  2. Não conhecia mas aguçou a minha vontade, confesso! Essa pastelaria pelo que contas deve ser o paraíso :)

    https://alemdoceuedasestrelas.blogspot.pt

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  3. Fiquei com vontade de visitar :)
    Um beijinho.
    https://grlpwer.blogspot.pt/

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  4. Não conheço Alcobaça mas adorei a descrição que fizeste dos pontos que passaste.

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  5. É um sítio muito bonito... e ai os doces conventuais :)

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  6. Estive em Alcobaça no ano passado. Acho o Mosteiro fantástico, especialmente a zona dos túmulos. Não conhecia esta lenda, mas também é maravilhosa!

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