"Há uma razão para dizer que seria mais feliz sozinha. Porque pensei que se amasse alguém e depois tudo acabasse, talvez não fosse capaz de sobreviver. É mais fácil ficar sozinha. Porque, e se descobrires que precisas de amor? E depois não o tens. E se dependeres dele? E se moldares a tua vida em torno dele e depois... ele acabar? Consegues sobreviver a essa dor? Perder um amor é como perder um órgão. É como morrer. A única diferença é que a morte termina. Isto, pode durar para sempre." 
- Meredith Grey, Grey's Anatomy

Lá fora a chuva cai forte. Está a libertar-se de todas as preocupações. Quer ver-se livre de tudo o que a atormenta. Consigo ouvi-la cair no parapeito, tal como oiço o barulho das árvores, com os ramos a bater contra a janela, como se por ela quisessem entrar. Estou tranquila, não tenho medo. Estou junto a ti, aninhada nos teus braços, e com a cabeça junto ao teu peito. Falas-me dos planos que tens para nós, dos sítios que iremos visitar,  dos anos que iremos celebrar e do tempo que iremos passar juntos, sempre com um "nós" no inicio de cada frase. Fazes-me festas na cabeça e ajudas-me a adormecer. Sinto-me protegida. Não tenho pesadelos, só sonhos...  

Entro no comboio, sento-me junto à janela. Lá fora chove, o dia está cinzento, triste, sem vida. Estou como o dia. Combinamos na perfeição. Falta-me o sol, que outrora iluminava o meu rosto e me deixava com um sorriso nos lábios. Que me abraçava, aquecendo-me e fazendo-me esquecer as coisas negativas. Falta-me o cheiro a felicidade, que me lembrava os dias em que passeávamos pelo jardim de mãos dadas, sem nada que nos perturbasse. Faltas-me tu... 

“The real lover is the man who can thrill you by kissing your forehead ” - Marilyn Monroe